Lido no blogue de John Coulthart (de notícia no Guardian): a Dedalus, uma mini editora inglesa ("a staff of one and a half people and reinvests any money it makes in its list": a imagem é mais do que familiar...), depois de 2 anos em disputa com o Arts Council, vê reposto o subsídio que lhe tinha sido negado em 2008 e até agora. Isto significa que uma editora que tem no seu Top 10 a tradução de Os Maias de Eça de Queiroz (há alguma editora portuguesa que ainda se orgulhe de ter Eça no seu catálogo?) tem agora os meios mínimos que lhe permitem sobreviver e produzir livros à margem dessa miragem monomaníaca que tomou de assalto o petit monde literário em Portugal, o sucesso de vendas, único modelo disponível agora para aferir a sustentabilidade de editoras num país com níveis de leitura de Terceiro Mundo.
Num momento em que o Ministério da "Cultura" português se arrasta na própria lama (comunicados envenenados sobre ex-assalariados de topo, atribuição de prémios na condição de apresentação de "certidões da situação contributiva", etc), é bom lembrar aos Keynesianos serôdios que o Arts Council foi uma criação de John Maynard Keynes, que foi também o seu primeiro Chairman, e isto numa altura em que bombas incendiárias caíam sobre Londres. Por cá, "mais Estado" não resulta, e está visto que "melhor Estado" começa a ser impossível...
domingo, 11 de julho de 2010
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