Mostrar mensagens com a etiqueta Buracos Negros. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Buracos Negros. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

FOME é um dos melhores do ano



FOME de Elise Blackwell é um dos livros na selecção dos melhores do ano que a revista LER publica na sua edição de Dezembro. Temos de notar que já em 2009 a LER tinha considerado BURACOS NEGROS de Lázaro Covadlo um dos livros do ano.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Lázaro Covadlo em Viagem







Lázaro Covadlo, autor de CRIATURAS DA NOITE e BURACOS NEGROS, chega este fim-de-semana a Matosinhos para participar no programa do Literatura em Viagem. Aqui ficam alumas fotos da sua presença no Correntes d'Escritas de 2007. Lembramos que ambos os livros foram traduzidos por Francisco Guedes, co-responsável pela organização de ambos os eventos.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Ainda 2009



A última Os Meus Livros (Janeiro de 2010), para além das suas escolhas dos "melhores" livros publicados em 2009, quis recordar 9 capas publicadas no ano passado e que, na opinião da equipa, merecem ser lembradas. A escolha é certamente discutível (o número pecará talvez por defeito: houve mais capas memoráveis em 2009), mas, apesar de apontarmos o facto de que a reprodução das capas deveria ser acompanhada do nome da editora e do(s) designer(s) responsáveis, não será por isso que deixaremos de agradecer a simpática inclusão da capa de BURACOS NEGROS de Lázaro Covadlo nesse lote de 9 capas "impossíveis de esquecer".

sábado, 12 de dezembro de 2009

BURACOS NEGROS é um dos 52



O nosso único livro de 2009 (estávamos a contar com um ano de retoma, mas a crise obrigou a uma maior contenção) acaba de ser escolhido como um dos 52 livros do ano (um por cada semana) pela revista LER (edição de Dezembro, p. 55). BURACOS NEGROS de Lázaro Covadlo é um dos 52 títulos em destaque.
Apenas discordamos da frase de chamada na capa: "títulos que só deviam vender-se com receita médica. Porque são bons". Está na altura de se perceber que a qualidade literária (ou de edição) não exige obrigatoriamente sacrifícios por parte dos interessados: está acessível por pouco dinheiro e sem necessidade de "receitas". E se as livrarias a escondem ou devolvem após pouco tempo de exposição (se é que a expõem de todo...), então será a net a fazer chegar essa qualidade às mãos de quem a procura. Porque a qualidade é o prémio de quem é proactivo e curioso, e não de quem se queixa de que "não viu o livro na livraria". (Disclaimer: quem concluir que destas palavras se pode inferir que uma livraria pode ser um buraco negro, onde certos livros desaparecem mal chegam, deverá fazê-lo sem imputar-nos a responsabilidade dessa conclusão.)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A leitora que disse "chega"



"O ultimo livro de
Lázaro Covadlo, editado pela Livros de Areia, andava-me a perseguir desde o momento em que saiu. Naquela tarde disse 'chega', sentei-me e resolvi o assunto. É, sem qualquer dúvida, o melhor conjunto de contos que li nos últimos tempos." Quem escreveu estas linhas sobre BURACOS NEGROS foi a Eduarda Sousa no seu blogue, que teve ainda o amável descaramento de o recomendar ao Jorge Fallorca. E quem somos nós para dizer que a Eduarda não tem razão?

sábado, 29 de agosto de 2009

O número que ninguém ousa pronunciar

Juramos que não foi por superstição ou, no limite, por receio de cair num dos "buracos negros" de Covadlo e atrair uma qualquer das suas personagens amaldiçoadas, mas o certo é que ALGO nos impediu de notar que BURACOS NEGROS se compõe de 13 e não 12 contos. Foi preciso a crítica entusiástica de José Riço Direitinho na LER de Setembro (pp. 71-72) para nos apercebermos desse erro, que será corrigido em todas as matrizes "abertas" (site e press-releases em PDF). Seremos já personagens de um 14.º "buraco negro", condenados a trocar os números dos contos publicados em cada novo livro? Hmm...

sábado, 15 de agosto de 2009

BURACOS NEGROS:
cultivar insónias

"Um livro para quem padece de insónias e que não quer mesmo deixar de as cultivar com denodo". Palavras sobre BURACOS NEGROS de Lázaro Covadlo, em texto de José Guardado Moreira no Expresso de 08.08 (suplemento Actual, p. 29).

quinta-feira, 23 de julho de 2009

BURACOS NEGROS :
montagem promocional





Estamos um bocado fartos disto dos "trailers" (com o prefixo "book" ou sem ele). Eis, portanto, a "montagem promocional" para BURACOS NEGROS de Lázaro Covadlo, da mesma casa que tem produzido "montagens promocionais" desde Novembro de 2005. (Para verem a versão Flash em formato SWF, com melhor qualidade de imagem, desloquem-se à página do livro no nosso site). Com sons de John Cage e John Cale.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Vacaciones de Jordi Codina Font

Eis Vacaciones, a adaptação de "Quando a Tarde Cai", um dos contos de BURACOS NEGROS de Lázaro Covadlo. Curta-metragem de 2007 de Jordi Codina Font. Agradecemos ao realizador e ao autor a autorização para a divulgação deste filme.



quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vacaciones: buracos negros sob
o sol inclemente

Antes da sua colocação no Youtube, eis alguns frames de Vacaciones, uma curta-metragem de 2007 de Jordi Codina Font, adaptando o conto "Quando a Tarde Cai" de Lázaro Covadlo, incluído em BURACOS NEGROS. Agradecemos ao realizador e ao autor a autorização para a divulgação deste filme.





sexta-feira, 5 de junho de 2009

Novidade: BURACOS NEGROS de Lázaro Covadlo


Em poucos dias, estará já no mercado BURACOS NEGROS de Lázaro Covadlo, o autor de CRIATURAS DA NOITE que publicámos já em 2007.
Fica também o aviso de que a PROMOÇÃO "Buracos Negros" chega ao seu termo no próximo Domingo dia 7. A quem se habilitou, as nossas garantias de que receberão o vosso exemplar gratuito já na próxima semana; a quem ainda quer habilitar-se: despachem-se, pois já não há muito mais tempo... nem livros (a promoção está limitada a 12 exemplares).

sábado, 16 de maio de 2009

No prelo



Capa final (usando duas ilustrações de Sir John Tenniel [1820-1914] para a edição de Alice in Wonderland de Lewis Carroll de 1865 e uma anónima do século XVI) de BURACOS NEGROS de Lázaro Covadlo, à venda no final de Maio ou início de Junho (PVP 15.00 Euros). Poucos mas muito bons livros, continua a ser o motto.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

"Promoção Buracos Negros" continua

Ainda há hipóteses de ganharem 1 exemplar grátis de BURACOS NEGROS participando na Promoção (ver topo da barra lateral). Até agora, muitas fotos de livros, apenas uma de leitor mais livro. E se fotografassem o vosso gato junto ao livro também? (Quem leu CRIATURAS DA NOITE sabe que havia gato por ali...) Se ele começar a coçar-se, não aceitamos reclamações...

PressKit BURACOS NEGROS

Está já disponível aos jornalistas e demais profissionais (ou amadores) da imprensa o PressKit de BURACOS NEGROS (ver na barra lateral do blogue, em Press). Esta inovação nossa vem já de 2005 e consiste num simples ficheiro ZIP que contém uma foto do autor e uma imagem da capa (ambas em alta resolução), o Press Release em PDF (alta e baixa resolução) e um ficheiro TXT sobre indicações de Copyright. Em breve acrescentaremos um excerto do miolo do livro em PDF. Urgência em escrever um texto e não têm a foto do autor? É preciso uma imagem da capa para aquele texto que tem de ser entregue hoje, e já passa das 18:30? Simples: basta descarregar o PressKit.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Buracos na capa



É clicar para ver maior e ler melhor.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

E já começou...

Cristina Alves, da Amadora, é a nossa primeira leitora a garantir 1 exemplar gratuito e fresquinho de BURACOS NEGROS de Lázaro Covadlo, que sairá do prelo em Maio. Aqui fica a prova da posse de 1 exemplar de CRIATURAS DA NOITE, enviada por email.



Lembramos que na coluna da esquerda têm à disposição um formulário de participação na Promoção, limitada às 12 primeiras candidaturas com prova fotográfica (não vale um testemunho escrito da avó em como jura que vos viu com o livro na mão...). E restam onze...



CRIATURAS DA NOITE
de Lázaro Covadlo
15,00 13,20€
Desconto de 12% (apenas em compra no nosso site ou blogue)


sexta-feira, 10 de abril de 2009

Promoção "Buracos Negros"

Anunciamos já que os primeiros 12 leitores (tantos quantos os contos, ou "buracos negros", do novo livro de Covadlo) que nos provarem visualmente (saquem das Olympus empoeiradas ou dos telemóveis 3G) que possuem um exemplar de CRIATURAS DA NOITE de Lázaro Covadlo, receberão 1 exemplar gratuito de BURACOS NEGROS, que deverá sair da gráfica na 3ª semana de Maio. Esta oferta é EXCLUSIVA a este blogue, e as "provas" fotográficas (ou links para o Flickr ou semelhante) podem ser enviadas por email, ou através de um formulário que colocaremos em devido tempo na barra lateral.
Faremos também uma promoção, durante o mês de Maio a Junho, em que a compra de 1 exemplar de BURACOS NEGROS dará a oferta de 1 exemplar de CRIATURAS DA NOITE. Mais uma vez, APENAS através do nosso blogue ou site.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

De volta



Eis a capa (ainda em work in progress) de BURACOS NEGROS de Lázaro Covadlo, que em Maio estará à venda. Tem por base duas ilustrações de John Tenniel para a 1.ª edição de Alice in Wonderland (1865) de Lewis Carroll.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Buraco Negro #12

Na última noite de 1976, numa luxuosa mansão rodeada de jardins e guardada por homens de uma eficiente companhia de segurança, na zona residencial da Grande Buenos Aires, festejava-se a passagem de ano. Por trás do portão encontravam-se automóveis topo de gama. Os chóferes e os guarda-costas permaneciam junto dos veículos e desfrutavam do champanhe que, por meio dos empregados, os seus patrões lhes faziam chegar da cozinha. Os seguranças sabiam que os seus patrões festejavam a morte do ano, mas ignoravam que, ao mesmo tempo, celebravam antecipadamente o fim de uma etapa política e o início de outra: dentro de poucos meses aumentaria a intensidade do incêndio de dor e morte que já há algum tempo calcinava o país.

Aristides Storni era o dono da casa, e muito mais tarde recordou aquela noite como um momento especial da sua vida, uma vez que no decurso do serão julgou ter alcançado o cume do seu poder. Não sabia, todavia, que subiria ainda mais na escala social e na da infâmia, mas ao ver-se rodeado por tantos amigos poderosos, que não paravam de elogiar o seu desempenho no mundo das finanças, custava-lhe imaginar uma cota mais alta para a sua ambição. Havia, entre a pequena multidão de empresários, políticos e militares, acompanhados pelas suas apresentáveis esposas, uma quantidade de personagens que ele nem sequer conhecia, o que justificava as suas suspeitas de que entre estes poderia ter-se infiltrado o Agente do Mal, que não voltara a ver desde aquela longínqua madrugada de primavera, em Mar del Plata.

Aristides Storni acreditou na possibilidade de o seu contratante se encontrar ali – assumindo a identidade de qualquer um dos presentes – para apreciar com olhar de dono os frutos do seu labor. Muito embora, claro, o trabalho não tivesse sido só de Aristides: quase todos os presentes na festa tinham contribuído para expandir a iniquidade e o sofrimento.

No entanto, nesta festa ninguém mencionava nada que pudesse relacionar-se com temas desagradáveis: as senhoras comentavam as suas futuras férias e os homens falavam de desporto. Brindava-se a todo o momento: pelo novo ano e pela nova vida, pela prosperidade e a saúde, e Aristides devia ser o único que a cada brinde dizia interiormente: caos, obscurantismo e morte. E também: sofrimento, mentiras e esquecimento, porque pensava que o Agente do Mal, se é que vadiava por ali ou estava em qualquer outro lugar, não podia (como Deus) deixar de ouvir os seus pensamentos; e se tais pensamentos o satisfizessem, continuaria enchendo-o de bens, mais bens e mais poder, se isso fosse possível. E enquanto saudava uns e outros e brindava com todos, observava de soslaio o dissimulado brilho do olhar de cada um, para se certificar de que entre eles estaria o seu benfeitor e dono."

("As Correntes do Mal", in Buracos Negros de Lázaro Covadlo, tradução de F. J. Carvalho)

terça-feira, 17 de março de 2009

Buraco Negro #11

Também recordo com nitidez as palavras da parteira quando me resgatou do interior da minha mãe: “este menino é um monstro!”, disse ela.

– Mas como podes acreditar que te lembras dessas palavras? Por favor, Félix, acabavas de nascer! O que tu dizes não concorda com a realidade – falava-me assim aquela psicóloga a que me levaram aos treze ou catorze anos. Falam sempre da realidade os doutorzecos. Sabem eles, por acaso, o que é a rea­lidade?

Não obstante, devo admitir que a parteira dizia a verdade: eu era um monstro. Ao nascer tinha cometido o erro de mostrar-me tal qual era, por isso no meu rosto de recém-nascido reflectiu-se o ódio acumulado (na etapa fetal) com que cheguei ao mundo, bem como toda a perversão da estirpe mais além dos meus progenitores; porque estou convencido que semelhante maldade vinha desde antepassados muito antigos, e essa emoção tão intensa e genuína teve, durante o período da minha gestação e desenvolvimento, tempo de sobra para formatar as minhas feições.
Imediatamente percebi que com aquela expressão na cara as coisas me correriam mal, mesmo muito mal, e foi essa a razão pela qual, com instintiva astúcia, compus uma careta que me fazia parecer um bom menino. Mantê-la dava-me muito trabalho, um esforço vigoroso, tenaz e continuado dos músculos faciais, mas não tinha outro remédio senão suster tal máscara se me queria proteger. Pelos vistos fiz o que devia fazer, e, mesmo assim, fi-lo bem.

– Claro que é um bebé lindo! – disse a auxiliar da parteira.

– Sim, sim, é verdade! É que, por momentos, pareceu-me muito feio – explicou a parteira.

Tinha ganho a minha primeira batalha, mas sabia que no futuro não podia afrouxar. E não afrouxei durante muito tempo, pelo menos não o fiz na presença dos outros.Permanecia sempre com os músculos tensos para evitar que as minhas feições recuperassem as suas formas originais. Semelhante esforço muscular acarretou ao meu organismo algumas indesejadas consequências, em especial no respeitante ao sistema digestivo: o trânsito de alimentos era lento, e, na última etapa, árduo e doloroso. Mas estava resignado, sabia que devia sacrificar alguma coisa para evitar que me descobrissem."

("Preparação para o Abismo", in Buracos Negros de Lázaro Covadlo, tradução de F. J. Carvalho)