segunda-feira, 5 de abril de 2010
Da (endémica) falta de memória
Desde que surgiu na "cena", a Leya agigantou-se. E, tal como em todos os seres afectados pelo gigantismo, o seu sistema nervoso central parece não ter acompanhado tão célere acréscimo de massa (em todos os sentidos da palavra...), revelando, aqui e ali, preocupantes sinais de disfunção. É no que toca à relação deste gigante com a memória que esses sinais são mais óbvios: destruição de livros antigos das suas próprias chancelas, descaracterização quando não omissão da tradição e história das mesmas, alguns problemas no que toca ao conceito de "apropriação" de imagens sem creditação de fontes... Ora, parece que esta endemia mnésica começa a afectar alguns autores recentemente adstritos à marca. O caso em causa é o de João Barreiros.
Lê-se, a páginas quarenta e seis do volume Se acordar antes de morrer que a Gailivro-Leya acaba de publicar deste autor:
"O conto [Disney no Céu entre os Dumbos] ficou 20 anos na gaveta. Até ser publicado primeiro online e depois em Espanha, nas Edições Bibliópolis, a fazer companhia à «Verdadeira Guerra dos mundos». (...) Vinte anos de espera até que uma narrativa se torne compreensível aos olhos do mundo? Ser primeiro publicado lá fora do que neste nosso cantinho? Será uma razão para ficar triste ou alegre? Decidam vocês."
E eis como, certamente por contágio, um autor de quem publicámos precisamente (e unicamente) esse conto/noveleta em 2006 omite ou esquece qualquer referência a essa edição (limitada a 200 exemplares, numerados e assinados pelo próprio) quando chamado a escrever sobre ela. Publicação secreta? De todo: o seu lançamento foi bem público, e com testemunhas, no Fórum Fantástico desse ano. Podemos provar ao menos que a edição existe? Dependendo do crédito que os queridos leitores dão à imprensa escrita, a edição foi referida, e se a nossa própria memória não falha (o vírus parece forte), no extinto suplemento "6a" do Diário de Notícias em 2006 e, mais recentemente, no suplemento "TABU" do Sol (neste caso, a imagem que acompanha o post – a da página 51 do suplemento de 22.01.2010 – serve de prova, sendo que a proximidade da foto do autor à reprodução da capa pode, esperamos, ajudar no processo da urgente recuperação). Mas – poderá insistir o mais céptico – o livro chegou a estar à venda? Não só esteve como foi vendido, e continua a sê-lo, tanto pelo nosso site como em livrarias como, por exemplo, aquela que se chama... ai, a memória, esperem... tem nome francês... ah, pois, a Bertrand.
Porque acreditamos no poder vivificante da terapia, estamos decididos a ajudar o autor nessa dura caminhada. Assim sendo, decidimos oferecer gratuitamente em formato PDF a nossa edição de 2006 de Disney no céu entre os Dumbos, esperando que isso possa contribuir para a rápida recuperação de todas as suas capacidades mnésicas. Estará em breve disponível, aí na coluna da esquerda do blogue e no nosso site também.
Addendum: à laia de remate, permitimo-nos transcrever um pequeno parágrafo da (diga-se, excelente) introdução de João Barreiros à nossa edição de Novembro de 2006:
"Mas a verdade é que DISNEY NO CÉU ENTRE OS DUMBOS permaneceu na gaveta, aninhado entre as 'obras malditas'. Até que o publicaram online. E depois em Espanha. E agora, finalmente, em Portugal, vinte anos depois." (Disney no céu entre os Dumbos, Livros de Areia, 2006, p. 7)
Ou seja:
1. Mais de três anos depois, o autor não se lembra da mesma edição de 2006 que reconheceu na própria introdução que escreveu para ela, facto curioso se considerarmos que o texto de introdução ao conto em causa na nova edição da Gailivro parece ser ter sido adaptado desse mesmo texto introdutório que publicámos;
2. A edição online (que, supostamente, e para alguns, a Livros de Areia não tinha "reconhecido" nessa edição) fica reconhecida e fixada pelas palavras do próprio autor publicadas por nós.
João Barreiros é um estimável e original autor que mereceria mais, certamente, do que pequenas editoras como a nossa, merecendo até já uma carreira internacional há alguns anos. Esta pequena atribulação de memória será, cremos, passageira e devida a recentes associações com entidades menos dadas ao culto dos registos do passado e muito adeptas da destruição de edições antigas que possam desvalorizar o produto "novo" no mercado.
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"João Barreiros é um estimável e original autor que mereceria mais, certamente, do que pequenas editoras como a nossa, merecendo até já uma carreira internacional há alguns anos."
ResponderEliminarEssa foi hilariante. O Barreiros merecia era ser vetado ao esquecimento devido à diarreia mental que profere e ao pretensiosismo patente em muitas coisas que escreve. Era ele, o LFS e o Soares. E não me venham com tretas da qualidade das obras e da separação da obra do escritor. As pessoas devem ser castigadas pelo que dizem, especialmente estas criatura que nem merecem o ar que respira.
Já agora, e mais relacionado com o conteúdo do post, a menção esquecida à livros de areia é algo que me traz algum prazer. O trabalho do Seixas é outro que devia ser vetado ao esquecimento e até boicotada, a ver se aprende a comportar-se como gente.
E escrever um comentário desses sob anonimato é comportar-se como quê? Faz assim: vais a uma consulta do médico de família, e se ele ainda os encontrar onde se supõe que os tenhas, volta e usa um nomezinho junto ao comentário, como faz a "gente" normal, ok?
ResponderEliminarE, já agora, por favor: "boicota" à vontade os nossos livros, nem lhes toques até. É um favor que nos fazes: sabê-los nas tuas mãos dá-nos pesadelos...
Uiiii, onde isto já vai:
ResponderEliminar"As pessoas devem ser castigadas pelo que dizem, especialmente estas criatura que nem merecem o ar que respira."
Não fosse porquê, dizia que isto era de um estalinista com fixação em câmaras de vácuo.
Cumprimentos.
Caros Pedro e João,
ResponderEliminarNão percam tempo com comentários desse jaez. Esse "anónimo" aí de cima tem quase 50 anos e ainda vive com os paizinhos. A net é o único meio que tem para arrebitar cachimbo.
Saludos.
Jaime
É favor ler o meu último post na lâmpada. Está em http://lampadamagica.blogspot.com/2010/04/so-filhos-da-puta-comentam-anonimamente.html
ResponderEliminarE sim, estou a chamar imbecil aos Livros de Areia e ao Jaime Ramos. E filho da puta ao primeiro anónimo e ao "faraday sally", que hoje tive a certeza de saber quem é.
Eu quando tenho coisas a dizer, digo-as em nome próprio.
Jorge, lamentamos, mas a manteres este tom, não voltas a comentar aqui. Não fazemos qualquer tipo de censura ou moderação, mas isso não significa que pelo menos esta, a moderação, não seja esperada de quem aqui vem comentar.
ResponderEliminarPor mim, tudo bem. Fosse como fosse, não contava voltar a comentar aqui.
ResponderEliminarMas acho extremamente curioso que comentários anónimos e insultuosos para terceiros sejam aqui recebidos de braços abertos, enquanto comentários identificados e diretos sejam ameaçados de banimento.
EXTREMAMENTE curioso.
Comentários directos que nos chamem de "imbecis" são-no, isso é garantido. Não sabemos quem comenta anonimamente, esse é o risco mas também a liberdade inerente a este meio. Se não sabes viver com eles (risco e liberdade), o problema é teu.
ResponderEliminarDe facto, é cada vez mais curioso.
ResponderEliminarE não retiro uma vírgula do que escrevi, aqui e no meu blogue. Incluindo, e cada vez mais, o post-scriptum.
E fui. Para não voltar.
Proposição
ResponderEliminar"(...) só filhos da puta comentam anonimamente, especialmente quando usam o anonimato para insultos e atoardas. Digam o que disserem, o que dizem só vale o esforço de descarregar o autoclismo. E quem presta a mínima atenção a filhos da puta que comentam anonimamente é um imbecil."
(...)
Demonstração:
"Depois de publicar este post, vou imediatamente mudar as regras de aceitação de comentários aqui para utilizadores registados."
QED
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ResponderEliminarSeguir um link para este post - FREE
Ver pessoas adultas a comportarem-se como putos de 10 anos - Priceless
Os comentadores anónimos são filhos da puta? A afirmação carece de ónus de prova. O Sr. Jorge podia ter-lhes chamado tudo e mais alguma coisa. Menos filhos da puta, genros da secretária, primos da costureira, etc. Se não os conhece, como pode alegar com tanta certeza?
ResponderEliminar"Ligação à internet - 35€ por mês"
ResponderEliminarDeve ser mais cara para Anónimos...
Ou então a você fazem-lhe o desconto para portadores de deficiência mental.
ResponderEliminarUm anónimo que usa o trato deferencial em vez do tuteio... Os Neandertais já evoluiram para o Cró-Magnon e ninguém nos avisou...
ResponderEliminar"Os comentadores anónimos são filhos da puta? A afirmação carece de ónus de prova. [...] Se não os conhece, como pode alegar com tanta certeza?"
ResponderEliminarO Sr. Jorge é comentador habitual e anónimo em vários sites. Ele sabe bem do que fala.
Lede, lede, irmãos. E ficai em paz.
ResponderEliminarhttp://livrosdeareiaeditores.blogspot.com/2010/04/do-anonimato.html
E eu tenho a cópia 65 de 200. Foi uma pena, por umas mais tinha a 69 que era muito mais de acordo com o tema da noveleta. )oD
ResponderEliminarAssinatura reconhecida
Thanatos (caso a seleção de perfil falhe e antes que me acusem de canalha ou filho da pita, não que isso demova quem sempre me chamou de tal coisa muahahahaha :-D)
Agora que abriu um ebay para Portugal, essa cópia 69 tem muitas chances de uma alta cotação. :) Não sabemos por onde anda e a quem calhou (aqui na base não está), mas asseguramos que foi distribuída. O autor esteve umas horas connosco na sede da Publidisa à Av. 5 Outubro a assinar e a numerar (facto de que porventura já não se lembrará...) e não nos parece que tenha omitido tão mítico número na sua labuta.
ResponderEliminar...e garantimos que não agradeceu aos editores "Paulo Marques" e "Joaquim Seixas". Teríamos dado pela "gralha" e corrigido.
ResponderEliminar«João Barreiros é um estimável e original autor que mereceria mais, certamente, do que pequenas editoras como a nossa, merecendo até já uma carreira internacional há alguns anos. Esta pequena atribulação de memória será, cremos, passageira e devida a recentes associações com entidades menos dadas ao culto dos registos do passado e muito adeptas da destruição de edições antigas que possam desvalorizar o produto "novo" no mercado.»
ResponderEliminarEste cuidado em não afastar o JB é, neste momento, bastante estranho, sobretudo depois de tornar acessível o texto dele em pdf. Mas enfim, convém não espantar a caça. Interessante também é a indirecta à Leya. Viva a coerência.
Que barulheira!
ResponderEliminarSerá que o Barreiros chegou a ler tudo isto?
Espero que a Livros de Areia não fique permanentemente chateada com o João Barreiros pelo seu lapso de memória/implicanso com a editora.
Pessoal, relaxem um pouco.
Se gostam de escrever, escrevam...
Não se detestem uns aos outros, não vale a pena. É uma perda de tempo...
Vá...
Mas não pensem que são os únicos! No ramo da Pintura, os pintores também se conhecem uns aos outros e também se odeiam...
inveja.