Duas imagens de livros à venda (ou que já o tinham estado) que registei (ainda que não mecânica ou digitalmente, i.e., não tenho uma foto como testemunho) no início de Dezembro, e que me parecem ilustrar, infelizmente, um aparente fracasso de duas vias alternativas ao comércio de livros tradicional, ou seja, a venda em livrarias de pequena ou grande dimensão.
Na Rua Áurea, os restos da que foi durante uns meses a livraria da Cavalo de Ferro são uma triste prova da impossibilidade de recuperar um modelo "clássico" de comércio de livros: o da livraria de editora. Independentemente das contingências deste projecto em particular (e sobre elas não quero elaborar, nem posso dada a minha ignorância da matéria em causa), mete dó ver livros abandonados como se no momento anterior a um cataclismo em plena Baixa de Lisboa, as capas retorcidas e descoloradas pela exposição ao sol, pó por todo o lado, penumbra ao fundo.
Um dia depois, no corredor subterrâneo de acesso ao edifício principal da Estação de Campanhã. A azáfama dos passageiros que vão para as bilheteiras ou vêm destas para os comboios parece ignorar por completo uma máquina de venda de livros da Leya. A máquina ao lado, que vende guloseimas e bebidas, é disputada por 3 ou 4 miúdos, com uma agressividade que atrai um dos seguranças. Fico com a sensação de que se quisesse vandalizar a máquina da Leya estaria a fazer um favor a alguém, e o máximo que o segurança me perguntaria (se é que dava por isso) seria: "para quê?"
(PM)
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