domingo, 15 de novembro de 2009

Vamos rasgar o livro

Há mais de 20 anos, costumava ouvir na Antena 1 um programa chamado O Dois do Quelhas. Ouvia-o apenas por uma razão: uma "rubrica" chamada, se não estou em erro, "Vamos Partir o Disco". Nela, o realizador Paulo Fernando punha a rodar 3 ou 4 faixas de um disco de música portuguesa e atrevia-se a algo que era absolutamente inédito então (e impensável agora, na era das playlists): recorrendo à lógica mais irredutível, analisava as letras de duvidosa qualidade das músicas e concluía, invariavelmente: “este disco é intocável mas, felizmente, não é inquebrável!” E quebrava o disco!
Lembrei-me disto ao ler alguns posts de um/a misterioso/a crítico/a online, que se esconde atrás de uma máscara e usa um chicote de forma certeira, muito ao estilo (perdoar-me-á ele/ela pela associação, mas faço-a como um elogio) do Paulo Fernando. Máscara&Chicote é mesmo o nome da coisa, e vale a pena ler este post sobre alguns dos livros publicados por uma das vanity presses da praça (no caso, do largo...). Pena é que não se possa ouvir, no fim, o som de um livro a ser rasgado.
(PM)

1 comentário:

  1. a rúbrica chamava-se "os intocáveis", e a seguir a dizer "este disco é intocável mas, felizmente, não é inquebrável", o locutor dizia "por isso, vamos partí-lo" ao que se seguia uma cacofonia com pratos partidos e um apito de combóio a passar. Era um must.

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