domingo, 14 de março de 2010

Bang! número sete


Pode ser ainda sujeita a pequeninos acertos gráficos e de conteúdo, mas a Bang! (formato A4, 72 páginas) renasceu numa encarnação muito estimulante. Aliás, o contraste com a pálida encarnação anterior é tão grande que podemos mesmo afirmar que, finalmente, a Bang! apareceu a sério. Muito bem impressa (pela Publidisa, que faz os nossos livros desde 2005), esta revista é a prova da coragem do editor Luís Corte-Real e da Saída de Emergência em continuar a acreditar na viabilidade de uma revista de nicho. Concordamos com essa viabilidade (mais até, com essa necessidade), pelo que só temos a pedir aos curiosos e a quem ainda não comprou a revista que o faça: a versão impressa é realmente boa. As encomendas podem ser feitas aqui.

terça-feira, 9 de março de 2010

With all the grain of Babylon

Elise Blackwell escreveu Hunger (FOME, na nossa edição a sair em Abril), uma novela sobre o dilema de um brilhante botânico russo do Instituto Vavilov em Leninegrado, durante o cerco de 900 dias pela tropas nazis: salvar a sua honra e a do instituto e fazer o que a sua mulher e os seus colegas decidiram (não comer as sementes armazenadas),... ou salvar-se a ele mesmo.

Os Decemberists usaram a novela como mote para comporem "When the War Came", publicada no álbum The Crane Wife (2006). Eis a letra (a canção pode ser escutada aqui):

With all the grain of Babylon
To cultivate to make us strong
And hidden here behind the walls
Are shoulders wide and timber on
'Til the war came
'Til the war came

A terrible autonomy
Is grafted onto you and me
Our trust put in the government
They told their lies are heaven sent
'Til the war came
'Til the war came

And the war came with a curse and a caterwaul
And the war came with all the poise of a cannonball
And they're picking out our eyes by coal and candlelight
When the war came, the war came hard

We made our oath to Vavilov
We'd not betray the Solanum
The acres of asteraceae
To our own pangs of starvation
When the war came
When the war came

And the war came with a curse and a caterwaul
And the war came with all the poise of a cannonball
And they're picking out our eyes by coal and candlelight
When the war came, the war came hard

With all the grain of Babylon

segunda-feira, 8 de março de 2010

Maria como as outras, afinal

A holding Leya (detentora de quase metade do mercado da edição portuguesa) veio reconhecer que a destruição de milhares de exemplares de edições históricas de algumas das suas chncelas foi uma medida "extrema", mas causada pela inexistência de "alternativas". Afinal, a mesma Leya que tomou de assalto a Feira do Livro de Lisboa em 2008, criando medidas de excepção para erigir uma pequena feira-dentro-da-feira, a mesma Leya que anda a comprar (ou a tentar) editoras e livrarias no Brasil, a mesma que parece rir-se dos que ainda se lembram da legislação anti-trust, é, afinal, como todas as outras, como nós até (meu deus, a emoção!), escrava da "falta de alternativas", sem espaço de armazenamento, sem vias de escoamento e valorização de livros procurados de autores de culto.

Recompondo-me do frémito emotivo que me assaltou, desta vaga de empatia pelo pobre Golias, e tendo lido e concordado em parte com o texto de Hugo Xavier sobre o assunto, devo apenas dizer que me parece que a Leya procura uma imagem de excepção e força quando lhe convém, mas que, quando o Miguel Esteves Cardoso os manda "foder" e a Ministra da Cultura pede explicações (ela, cujo ministério, infelizmente, teria de dar também muitas explicações sobre a negligência e o laissez-faire no que toca ao comércio do livro...), se refugia numa imagem de Maria com as outras, e tão Maria como elas. Tratar esta poderosa holding (com capacidade, mas não vontade, de criar alternativas a estas práticas tradicionais) como apenas mais um caso de editores-a-fazerem-o-que-todos-os-outros-editores-fazem é, precisamente, fazer o jogo dela.
(PM)

sexta-feira, 5 de março de 2010

Lázaro Covadlo em Matosinhos





O autor de BURACOS NEGROS e CRIATURAS DA NOITE estará no LeV - Literatura em Viagem em Matosinhos, em Abril. Lista completa de autores aqui.
Nas fotos: Lázaro Covadlo entrevistado por Paula Moura Pinheiro ("Câmara Clara") no Correntes d'Escritas em 2007.